Eu sei, não é nada fácil encerrar ciclos, principalmente quando nos sentimos deixados ou mesmo trocados pela pessoa que amamos. É um misto de sentimentos: amor e raiva, atração e repulsão.
Sei também que é muito cruel nos darmos conta de que não somos “insubstituíveis”, mas atentarmos a esse fato, possibilita-nos enxergar a situação em sua totalidade. Enfim, tornamo-nos reféns de um medo aterrorizante: o de percebermos que a pessoa amada pode viver sem nós.
Somos tomados, muitas vezes, por uma angústia que se torna difícil de conter e, nesse momento, é como se surgisse do nada uma necessidade grandiosa de entender o porquê… e nessa busca de entendimento, muitas vezes exaustiva e obsessiva, lançamos mão de recursos que minimamente nos tragam um alento à alma e, com isso, “stalkeamos” redes sociais, procuramos informações através de amigos em comum, cartomantes, centros espíritas, meditação…
De fato, é difícil acreditar que se perdeu o objeto amado e as perguntas que nos restam e permeiam nossa mente são: será que acabou de fato? Não tem volta? Sobreviverei a essa dor? Encontrarei alguém especial novamente?
O que muitas vezes não fazemos é atentarmos ao fato de que possivelmente a relação já nos dava sinais de que algo já havia se perdido. A surpresa era, provavelmente, de algo já conhecido que se fazia à mostra pelas nossas crises de ciúme e insegurança.
Se cabe alguma dica neste momento: cuide de você, atente-se ao que sua existência necessita! Não desperdice sua energia nessa trama dolorosa de buscar alternativas que te convençam dos porquês, avalie o percurso vivido. Se algo não está como você queria, deseje mais e se dê conta do ser humano maravilhoso que é. Certamente é a forma mais assertiva de encerrar ciclos.
Antes que este texto acabe: “na dúvida, escolha você”!
Psicólogo Marcos Yorinobu